quarta-feira, 17 de setembro de 2014

REDE ESTADUAL - PM nas escolas, esta é a educação para os pobres / PARALISAÇÃO DA REDE ESTADUAL - Dia 01 de outubro!

AOS POBRES:

A VIOLÊNCIA,
A REPRESSÃO, A ESCOLA POBRE!

Relatos da violência da PM nas escolas estaduais em Niterói:

Pela professora Carla Martins, do CE Cizínio Soares Pinto:

ACONTECEU COMIGO

"Sou professora da rede Estadual de Ensino no Rio. Faz tempos, presenciamos a presença da PM em nossas escolas e repudio essa nefasta presença imposta pelo governo.

"Bom, qualquer professor sabe que durante os intervalos das aulas, crianças e adolescentes brincam e saracoteiam pelos corredores. Isso ocorre diariamente. Hoje, dia 15 de setembro de 2014, entrei às 14:40 numa turma de 7º ano, peguei meu diário para fazer a chamada, enquanto isso, muitos alunos chegavam do intervalo dentro da sala. Uma brincadeira começou na porta da minha sala e logo acabou-se. De repente, abre a porta da minha sala de forma estúpida um policial e começa a gritar com um aluno, eu estava concentrada na atividade que iria dar e só percebi que era um PM um pouco depois. Levantei da mesa, pedi educadamente que o policial se retirasse, pois ali a autoridade não era dele e, sim, minha. Ele continuou a gritar com meu aluno, pedi que ele o respeitasse e saísse da sala. Ele retirou-se.


"Minha indignação continuou quando percebi que a força com que esse senhor abriu a porta, havia machucado o ombro do meu aluno, e resolvi descer e esclarecer com ele a agressão. O PM começou a me ironizar de maneira grosseira, dizendo que eu não tinha pulso com minhas crianças. Respondi prontamente que ele não era um educador e muito menos podia ser considerado parte da comunidade escolar, portanto, não tinha nenhuma autoridade para questionar minha prática docente e, muito menos, autoridade para gritar ou machucar qualquer aluno da escola. Pedi respeito e ele aumentava o tom de voz. Encerrei a discussão, dizendo que voltaria para minha sala de aula pq, naquele momento, sim, meus alunos estavam sozinhos. Qual não foi meu espanto quando me virei e ouvi ele gritar para mim: "Mulher nenhuma me vira as costas, você é uma abusada e depois não sabe pq acontecem as coisas". Senti medo, engoli em seco e continuei pisando firme. Entrei em sala, mas ali já não havia mais qualquer condição emocional para se dar uma aula.

"Chorava e eu e meus alunos. A violência praticada por esse policial com os alunos é constante, e revela uma faceta perigosa do que se espalha pelas escolas públicas. O governo do estado trata a escola como se fosse um mero depósito de pessoas pobres, logo esses policiais se sentem com a mesma autoridade com que entram nos morros e nas casas dessas pessoas. Tratam nossos alunos como marginais e nem preciso dizer como tratam educadores, afinal, as ruas já mostraram isso.

"Fica aqui junto com meu relato meu medo, meu repúdio, meu nojo e cada vez mais o desejo por uma educação libertadora, sem grades e sem nenhum temor".

NOTA DE REPÚDIO A PM NAS ESCOLAS!

Somente nas escolas de Niterói tivemos três casos alarmantes com a polícia dentro das escolas: Ontem, no Colégio Estadual Cizínio Soares Pinto um policial ameaçou uma professora da rede, pois ela apenas defendia seu aluno que foi agredido pelo policial. No Colégio Estadual Joaquim Távora um policial deu voz de prisão à uma educadora por ela ter pedido ao PM que falasse com educação. No Colégio Estadual Paulo Assis Ribeiro um policial deixou sua arma na pia do banheiro e um aluno pega na arma.

Sabemos que o PROEIS, implementado pelo governo Cabral/Pezão, é uma medida feita para mascarar um problema estrutural de sucateamento das escolas. O programa funciona da seguinte forma: o policial se cadastra no programa para poder, no seu dia de folga, passar um turno na escola e ganhar hora extra para isso. Não precisamos de policiais armados nas escolas, precisamos de: inspetores, psicólogos, pedagogos, coordenadores, secretaria com o número suficiente de pessoas para resolver as demandas necessárias. A polícia cumpre uma função paliativa que não combate a causa, a raiz dos problemas educacionais, apenas agrava a situação. O que vivemos nas escolas públicas é uma verdadeira situação de descaso, a crise educacional se agrava a cada dia! A força policial dentro do espaço escolar tenta mascarar uma realidade: a falta de investimento! Acreditamos que os problemas educativos devem ser resolvidos de maneira educativa, não é “chamando a policia” que ensinaremos os nossos estudantes.

POLICIAL NÃO É EDUCADOR!

NÃO SE CALE, NÃO ACEITE,
NÃO ACHE NORMAL OU NECESSÁRIO, OU MENOS PIOR!
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Rede estadual fará paralisação de 24 horas
no dia 01 de outubro


Na assembleia da rede estadualrealizada no último sábado (dia 13/9), a categoria deliberou pela realização de uma paralisação de 24 horas no dia 1º de outubro, com indicativo de paralisação também para a rede municipal do Rio no mesmo dia, a ser votado na próxima assembleia do município, no dia 20 de setembro, no Clube Municipal, na Tijucaàs 14 horas.

No dia da paralisação, será realizado um ato na porta da Câmara dos Vereadores, a partir das 17 horas, para denunciar a passagem de um ano dos incidentes que envolveram a votação do PCCR dos educadores da Rede Municipal do Rio. A votação foi marcada pela truculência da polícia militar, que sitiou a área da Cinelândia e promoveu uma série de violentas agressões contra os profissionais da educação. O ato também servirá para cobrança da devolução dos descontos nos salários dos profissionais da educação que fizeram a greve de 2014.

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